08 setembro, 2006
Nota do Autor:
Nascimento que se preze, implica em celebração. Fila de espera na maternidade, charutos acendidos e a apresentação do nome. Confesso que a intenção primeira para essa ocasião era um samba exaltação com direito a uma mulata bossa nova, caindo no rali-gali no meio do salão da Portela.

Contenção de despesas e notoriedade anônima me fizeram cair na real. Escreveria pra ninguém. Não fosse a dura insistência da idealizadora, musa inspiradora, conceptora e –queira Deus – eterna colaboradora desta, provavelmente seria mais uma torrente de idéias que acabariam esquecidas como tantas outras no vazio profundo desta mente arbitrária.

Oras, não é porque ninguém vai ler que deixarei de fazê-lo. Fá-lo-ei! A partir de hoje, ou melhor, de ontem, nasce meu suburbano coração. Que, aliás, nasceu há vinte e tantos anos atrás, mas de fato apenas hoje decidiu expor-se. Expõe-se de alma lavada e cara limpa, mas será mentiroso se disser sem máscaras. Mascarado é! Mas qual não?

Não pensem vocês, que discorrerei sobre minha psiquê, que chorarei minhas mágoas particulares, que mandarei recados de amores frustrados, que exibirei meus finais de semanas agitados mostrando quão popular sou, ou que farei corte e colagem de textos alheios. Não! A coluna que se apresenta, tem caráter histórico, jornalístico, turístico, fotográfico, arquitetônico, cultural, poético e porque não dizer piegas. Isso tudo bem medido e bem dosado ao senso de humor refinado, herdado de berço que carrego por dom transcendente em minhas veias.

Enganam-se os senhores se pensam que perderei meu tempo fazendo galhofa e traçando estereótipos típicos novelísticos do suburbano. Jamais. Sempre achei por demais exagerada a maneira jocosa com que o núcleo B é traçado nas tramas. Até meio inverossímil. Mas, guardo meus comentários sobre esse assunto para o futuro. Aqui não haverá espaço pra preconceito de ordem classista ou cultural. Ou de qualquer outra espécie – só para ser politicamente correto.

Semanalmente – oxalá, eu consiga atualizar isso uma vez por semana – uma nova janela em sua vizinhança será aberta. Um novo convite a percorrer as tortas ruas do lado de lá será proposto, e cabe a você, leitor, aceitar o convite. Dicas de roteiros, paisagens, atividades culturais, personalidades e afins serão dadas, sempre com os valores e os itinerários informando como chegar, voltar, e os melhores horários de locomoção, já que o trem das onze é o ultimo que vai sentido Jaçanã.

Meu suburbano coração resgata a cidade adormecida, esquecida e mal tratada. E mesmo temendo parecer presunçoso, se propõe a ser um veículo de utilidade pública. Por isso caro leitor, se aquele vereador mentiroso prometeu tapar àquele buraco na sua rua que emana esgoto e doenças há mais ou menos o tempo de seu mandato, não hesite em por a boca no trombone. Citaremos nomes e funções dos responsáveis e tentaremos entrar em contato com as autoridades competentes fazendo-nos assim um bem maior. O bem viver, o bem morar!

Suburbano coração é mesmo assim: busca a beleza esquecida que beira a linha do trem. E mostra que há uma vida agradável do outro lado do túnel.

Sejam bem vindos aos primeiros tum tuns de um pulsar descompassado!

Branco!
 
posted by meu suburbano coração at 8.9.06 | Permalink |


2 Comentários:


At sexta-feira, setembro 08, 2006 11:12:00 AM, Blogger Eddie

É isso aí, garoto! Te conhecendo, sei que escreverá lindamente...bjs da primeira leitora de uma futura lista sem fim:-)Ly

 

At sábado, setembro 16, 2006 7:25:00 PM, Anonymous Anônimo

Sinto um orgulho indescritível em ser amiga de um escritor com tamanho talento ! Obrigada por nos presentear com tão agráveis leituras... naturalmente, umas agradam mais que outras... Mas não existe escritor se não houver crítica!

Pode contar com meu apoio, meu aplauso, minha crítica !

Sucesso na empreitada !!!!

Beija-flor