22 setembro, 2006
Nas mãos de quem?
De todos os programas televisivos da atualidade, o mais interessante é sem dúvidas o horário eleitoral gratuito. A pobre exposição de candidatos a representante da nação é factível de um estudo aprofundado do comportamento do povo que os elege. Por este motivo queremos apelar aos senhores – eleitores – leitores desta coluna, que por um momento apenas, pensem no tema proposto.

O voto é obrigatório, e portanto cada indivíduo brasileiro, morador de qualquer bairro do país, terá a mesma cota de responsabilidade durante os próximos quatro anos de vigência de mandato dos nossos governantes. Platão, em seu livro República, explica com maiores detalhes a questão do Pacto Social, e toda a responsabilidade que implica sobre qualquer indivíduo.

Trata-se de um pacto que fazemos ao nascimento, que nos permite viver em sociedade. Desde que nossos pulmões se enchem de ar, e nos tornamos indivíduos sociais, transferimos o poder de solução justa de nossas vidas a sociedade como um todo. O que nos impede de praticar uma justiça dita individual. A partir de tal momento, aprendemos a viver coletivamente e praticar as regras impostas pela nação onde brotamos.

Transferindo-se para os dias atuais, esse pacto social se refere aos policiais que roubam rádios de automóveis, de políticos com dollares em suas roupas íntimas (no melhor estilo fetichista do filme proposta indecente), de juízes que desviam verbas de construções superfaturadas (e até hoje não prestaram conta!), e todos os demais que por qualquer razão inconseqüente estão no poder por assinatura nossa.

Que o voto é uma assinatura pessoal e intransferível já sabemos. Talvez por esse motivo essa coluna seja tão contra a anulação do voto. Talvez por tentar ponderar os prós e os contras de cada candidato, e achar que há sempre uma situação em que se poderia ser pior do que se é. De fato não se sabe de onde vem tal espírito altruísta (do autor certamente não é! ele sofre de terríveis crises de claustrofobia social... ). Mas esse olhar de Polyana faz com que a situação não seja tão triste como estampam as capas dos jornais. Quem sabe poderemos passar os próximos quatro anos lendo a Caras?

Por isso devemos lembrar:

Os políticos não mandam: presidem! Os mandantes somos nós. Quando delegamos uma função não significa que estamos abrindo mão dela. Significa que outorgamos a alguém o cumprimento de fazê-la em nossa ausência. Portanto pense bem nos próximos dias a quem você confiará seu país.

Proponho mais, que pense seu país como sua mãe idosa a quem não dispõe de tempo suficiente para cuidar. Nas mãos de que enfermeiro vai ficar sua mãe?

Continua...




[Esclarecimento: Meu suburbano coração não se presta a fazer campanha partidária!]
 
posted by meu suburbano coração at 22.9.06 | Permalink |


2 Comentários:


At segunda-feira, setembro 25, 2006 8:39:00 AM, Anonymous Anônimo

Continua logo !!!

As eleições estão chegando e as pessoas não sabem em quem votar. O País é carente de consciência politica e vc está fazendo a sua parte como cidadão.

Gostei muito da postura, e vou divulgar o seu texto! Aguardo a segunda parte !!!

Bj de beija-flor

 

At quarta-feira, setembro 27, 2006 11:55:00 AM, Anonymous Anônimo

Caminhando e cantando e seguindo a canção
vem vamos embora que esperar não é saber
quem sabe faz a hora não espera acontecer

Está se levando a sério demais, amigo. Eu adoro assistir horário político, mas por razões opostas à sua redação tão cheia de adjetivos e Blossom's. Morro de rir do programa eleitoral, que merece Troféu Imprensa como melhor programa de humor de 2006. Sem falar nos debates. Esses são Prêmio Bornay. É tudo muito cômico, sem medo do ridículo. Roberto Jefferson lambendo suas crias. Srta Suely, bicho! Srta Suely... e o momento mais comovente: o grande Enéas dizendo que perdeu a barba por causa da leucemia. Merece aplauso em cena aberta.
Enfim, você sabe o quanto eu sou superficial. E profundo na minha superficialidade. Acho graça no cotidiano, no mínimo, no que neguinho nem repara.
Você utilizou deliberadamente o verbo "outorgar". Cara, outorgar! Puta que pariu.
Tu sabe que eu tô rindo pra caralho, né, que tu não é bobo e me conhece.
Se bem que depois que o salve, salve Chico Buarque atochou um "escafandrista" numa letra de música (e fez todo o sentido no contexto poético e literário) tudo é válido, meu caro amigo.
Falando em Chico, venho por meio desta te escrever o repertório do show que é factível ao cd Carioca.
Grande abraço!

1- Voltei a cantar
2- Mambembe
3- Dura na queda
4- O futebol
5- Morena de Angola
6- Renata Maria
7- Outros sonhos
8- Imagina
9- Porque era ela, porque era eu
10- Sempre
11- Mil perdões
12- A história de Lily Braun
13- A Bela e a Fera
14- Ela é dançarina
15- As atrizes
16- Ela faz cinema
17- Eu te amo
18- Palavra de mulher
19- Leve
20- Bolero Blues
21- As vitrines
22- Subúrbio
23- Morro dois irmãos
24- Futuros amantes
25- Bye, bye Brasil
26- Cantando no toró
27- Grande Hotel
28- Ode aos ratos
29- Na carreira

Bis 1:
30- Sem compromisso
31- Deixa a menina

Bis 2:
32- Quem te viu, quem te vê
33- João e Maria